sexta-feira, 25 de março de 2011





Mães Bebês e Cia - Amamentação


Estive no encontro de mães e bebês do Grupo Vínculo www.gvinculo.blogspot.com em Campinas e adorei poder estar entre as várias duplas (mãe-bebê) e a equipe de profissionais.
A roda de conversa girou em torno da amamentação, e se há um tema revelador da dinâmica mãe-bebê... é esse!!! Bom aí, mais uma vez, observei que a mãe é a mãe que ela pode ser!
O desejo em amamentar (ou não), a maneira como acontece a relação mãe-bebê através da amamentação, o desmame (e a volta ao trabalho), a relactação, as intercorrências durante a amamentação... tudo isso traz á tona  as disponibilidades e as dificuldades vividas entre mãe e bebê.
Há uma intromissão (e a palavra é essa mesmo) muito forte na relação da díade que se utiliza do evento da amamentação:
* amamente seu bebê se você o ama de verdade
* o leite industrializado é mais forte (então o seu é fraco)
* menina, você vai se acabar de tanto que amamenta, dá mamadeira logo!
* ah! é muito difícil conseguir amamentar exclusivamente no peito, uma hora você vai ter que dar o NAM.
* é melhor parar de amamentar porque você voltará a trabalhar e o bebê vai morrer de fome na escolinha.
* mas se seu filho é prematuro não vai conseguir mamar, não tem força tadinho...
* ih! se ele pegou a mamadeira vai largar o peito logo, logo...
E por aí vai...
A questão que quero colocar hoje é que a relação que cada díade mãe bebê constrói é única!
É possível que muitos desses "bons conselhos" possam ser uma verdade para uma ou outra díade, mas não há regra que se aplique a todas.
O importante é olhar para aquela díade, com olhar de singularidade!
O que aquela mãe e seu bebê estão vivendo? Como estão vivendo? O que desejam? Do que precisam?
É que às vezes é tão angustiante para os que estão observando a amamentação, ou seja estão externos ao processo, que há uma mobilização emocional muito intensa, e os comentários ("bons conselhos") são frutos dessa angústia. Então é muito comum, por exemplo, um pai se angustiar com a mulher que amamenta a cada hora e meia, afinal será que vai sobrar alguma coisa pra ele??? E aí fica fácil pra esse pai sugerir ( a cada hora e meia) que a mulher descanse, dê uma mamadeira inofensiva... Se essa mãe já tem dificuldades (um tanto básico nesse momento da vida de uma mulher) ela pode aderir à sugestão...
É para essa dinâmica que devemos buscar olhar com sensibilidade e livre de julgamentos.
CADA MÃE É A MÃE QUE PODE SER (e tudo bem!!!)


Rosângele Monteiro Prado
Psicóloga Perinatal
Valinhos/SP

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