quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O EDUCADOR INFANTIL E O CUIDADO NA CRECHE



O adulto é a referência em que a criança se apoia para modelo e imitação. Ela toma o adulto como exemplo para ter uma referência do mundo, esse que é, para ela, misterioso e desconhecido.
A relação do educador com a criança se estabelece tendo como base um processo de “espelhamento”, tal como ocorre quando estamos diante do espelho, tudo o que fazemos é refletido na criança.
E neste processo o cuidador traz para o relacionamento com a criança, a sua própria criança interior, aquela que o habita ainda.

“O cuidado que dou é o cuidado que recebi”.

Os frutos desse relacionamento tanto podem ser positivos como negativos. Tanto pode trazer luz à criança nesse processo de descoberta do mundo, como produzir feridas.  Inconscientemente o educador reedita o cuidado que recebeu através do cuidado que oferece, podendo realizar uma compensação ou uma retaliação.
Assim, o contato entre a criança e o seu educador-cuidador é permeado pelo olhar deste à infância.
Como é o seu olhar para a infância?
Qual a importância da infância para você?
O olhar que dirigimos contém a nossa própria história de vida, construída através das vivências e experiências às quais nos deparamos ao longo da nossa caminhada – alegria, tristeza, dor, frustração, realização, amor...

 É importante observar:
·       Como nos expressamos no mundo, quais valores e princípios norteiam nossa vida?
·       Quais escolhas de vida fizemos até o momento? Queremos muda-las?
·       Buscamos ter uma postura de abertura diante da vida? Como nos relacionamos com o novo?
         Buscamos na resiliência (superação de fatos negativos) formas de autodesenvolvimento e autoeducação?

·       De que possibilidades dispomos para buscar o autoconhecimento?
         Qual o (re) conhecimento que fazemos de nós mesmos e do outro?
Esses recursos pessoais de que dispomos podem nos ajudar a reconhecer, não apenas as feridas, mas também a luz que nos habita, e que ilumina e desperta a luz que habita a criança, a mãe, a família e os colaboradores de trabalho na creche.

Há em todos nós, o bem e o mal, a luz e a sombra, a alegria e a tristeza, a falha e o perfectível.
Cabe a cada um de nós buscarmos qualquer um desses elementos, sempre há, e sempre é, uma escolha.
E você, qual escolha quer fazer?

“Educadores são pessoas capazes de transformar-se”

Do que a criança precisa?
“Ela precisa ter espaço para realizar seu destino, para isso necessita poder exercitar sua autonomia, como expressão do seu ser pessoal autoconsciente”.  (Heydebrand, 1991)

E o educador, o que precisa realizar?
Buscar conhecimento e discernimento possíveis de transformarem-se em atos; o educador não educa pelo que ensina, mas pelo que ele próprio é, ou ainda pode vir a ser a cada momento em seu trabalho de desenvolvimento pessoal. (Heydebrand, 1991)

O educador atua como uma força no destino da criança.
É urgente a criação de uma cultura de cuidados com o educador da primeira infância, que contemple a necessidade de depositar o olhar sobre ele, buscando auxiliar, apoiar e oferecer um espaço de continência à demanda emocional pertinente ao seu papel como formador e cuidador.



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