sexta-feira, 8 de abril de 2011

Apenas um olhar - tragédia do Rio de Janeiro




" O mundo depende das escolhas feitas pelas mães. Vamos nos comprometer a ajudá-las a cumprir suas promessas."
 Deepak Chopra



           Ciclo da violência: De que violência estamos falando hoje? Será que é apenas da violência escancarada na tragédia do Rio de Janeiro? Será que esta forma de expressão violenta, utilizada por este homem não está conectada a outras células geradoras de violência? Onde começa esse ciclo gerador e mantenedor da violência?
     O  que vemos nas imagens da tragédia refere-se à última camada, a mais superficial, do ciclo da violência. Apenas poderemos curar esse ciclo, se olharmos para aquilo que está por trás. O que basicamente encontramos em casos tão absurdamente difíceis de entendimento, é uma base afetiva frágil, insegura...  
         Retomando a frase acima, nos conscientizamos da importância do cuidado no início da vida. As escolhas feitas pelas mães têm a ver com as suas possibilidades afetivas, essas, por sua vez, precisam de cuidados (especialmente quando as dificuldades em maternar chegam  ao nível do insustentável), mas qual é o olhar que debruçamos diante dessa cena? Provavelmente de julgamento... Porque não suportamos olhar com entendimento compassivo para a expressão da dor do outro... 
      Esse cara expressou a sua dor... da forma mais horrível possível, mas foi a expressão daquilo que ele não conseguiu digerir. E o que pode ser impossível (???) de digerir? A insegurança, a falta de confiança, a fragilidade dos vínculos afetivos em um momento da vida em que isso pode ser mesmo insuportável - nos primórdios da constituição do sujeito.  Nesta triste história de hoje, encontramos, mais uma vez (como no caso Bruno), uma situação de separação (ou abandono materno?) mãe-bebê... 
      A maternagem é a promessa das mães diante dos filhos...
      Às vezes tão difícil de dar cumprimento...




Rosângele Monteiro Prado
Psicóloga Perinatal

       
           




2 comentários:

  1. Oi Rosângele, concordo em tudo com o que você disse. A família e no início a mãe, em sua relação com seu bebê, é a principal responsável para construir as bases de uma boa saúde mental de seu filho. Parabéns pelo texto. Dê uma olhada em meu blog. Associei-me ao seu. Abraços.

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  2. Oi Charbelle,obrigada pela visita!
    Visitei seu blog tb e gostei muito da presença de Winnicott. Vamos trocando experiências, ok?
    Abraço.

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