
recurso de qualidade na relação gestante/feto, família/futuro
bebê.O feto é sensível a essa comunicação e sua memória
já está sendo alimentada.
“O inconsciente por nascer banha-se no sonoro.”
(Pierre Paul Lacas)
estabelecer a comunicação pré-natal. Para nos
comunicarmos com o bebê em gestação.
As três maneiras que fazem parte do método de
musicoterapia para gestantes Bebê do Futuro são: falando,
contando histórias e cantando.
Falar com o bebê em gestação, expressando seus sentimentos, seus projetos e o
que quiser. Uma conversa que pode parecer unilateral, mas que estará imprimindo
na memória do bebê as características particulares da sua voz. O pai pode
encontrar aqui um momento especial para participar da gestação. Quando o
bebê nascer, ainda no centro obstétrico, não deixe de falar com ele. Ele
reconhecerá a sua voz.
Como explicado na página Audição do Feto, o bebê, durante a gestação, não
consegue escutar claramente as palavras articuladas, mas já percebe o timbre,
a entoação e a frequência de cada voz. Depois do nascimento ouvirá as palavras e
aprenderá o idioma.
As vozes que ouviu na fase intra uterina terão especial significado para ele.
Contar histórias é outra atividade muito interessante. Quando contamos uma história
infantil (aquelas dos livros com muitas figuras e poucas palavras, por exemplo)
empregamos uma entoação diferenciada em nossa voz. Falamos mais ou menos da
mesma forma com que falaremos com o bebê quando ele estiver em nosso colo,
aqui, ao ar livre. Contem com regularidade as histórias durante a gestação; convidem
os familiares para participar dessa atividade.
Depois do nascimento, quando o bebê estiver sugando o peito, na preciosa atividade
da amamentação, contem as mesmas histórias e observem: ele demonstra atenção
especial. Suga com maior intensidade e fica mais tempo mamando; se nutre mais.
Reconhece a história mesmo não tendo ouvido-a nas palavras articuladas, mas
reconhece a sequência sonora, as inflexões de voz que fazemos quando
contamos uma história infantil, interpretando-a.
Mas é quando cantamos que imprimimos uma energia especial na vibração da voz.
A amplitude da frequência é maior. Coloque uma das mãos na garganta e fale
alguma coisa, conte um trecho de uma história e cante uma melodia e observe
atentamente: o que você sente em sua mão? A resposta mais frequente que ouço
quando levanto esse questionamento é Vibração.
Deduz-se daí que o feto ouve especialmente a voz cantada. E é aqui que reside
a principal atividade do método Bebê do Futuro: cantar para o feto.
“A música é uma linguagem que trata de sons e de silêncios e sua organização
no tempo [...] embora consista em pura ciência e matemática, opera no indivíduo
em uma dimensão mais espiritualizada, abstrata, mágica, representando o mundo
sensível e emocional do indivíduo.” (Rosy Greca-2011)
E a música tem o poder de transmitir precocemente ao bebê, desde a gestação,
nossas boas intenções e nosso amor incondicional. Além de estar potencializando
o som da sua voz na memória do feto, a música proporciona momentos de especial
interação afetiva entre pais e filhos. As músicas que forem cantadas ou
cantaroladas durante a gestação, com regularidade, significarão um referencial de
conforto para o bebê.
O feto ouve especialmente a voz cantada, reafirmo.
Mas é você que escolhe o que cantar. O repertório fica a seu critério, Inclusive
adaptar as letras como bem entender. Ou até cantar somente lá lá lá ou nã nã nã,
ou com a boca fechada hum hum hum.
No CD Bebê do Futuro encontra-se um repertório especial para essa atividade.
Os arranjos instrumentais foram elaborados criteriosamente para estimular a
gestante, o pai e os familiares a cantar durante a gestação e para, com isso,
representar uma rica experiência sobre o mundo dos sons e o universo da música
para o bebê.
“A canção de ninar – com sua linha melódica harmoniosa e doce – traz para a
criança a segurança que ela gozava no calor do ventre materno aliada ao
relaxamento das defesas e do amplexo materno, induzindo uma calma e
serenidade que não se encontra em qualquer outro ambiente. Isto leva a um
progressivo embotamento da vigília que é seguido por um sono profundo e
reparador. O regaço materno e a canção de ninar são, talvez, uma amostra
do céu como o concebemos.” (Mauricy Alves da Motta – médico, doutor em
biofísica – 2009)
O artigo a seguir, publicado em 2010, apresenta uma pesquisa muito
interessante sobre o complexo som-ser humano, desde o nascimento:
Recém-nascidos têm sensibilidade musical
Um estudo da Universidade Vita-Salute del San Raffaele, em Milão,
verificou que os recém-nascidos são sensíveis às notas musicais e que têm
capacidade para reconhecer as dissonâncias e mudanças de tom das
melodias logo nos primeiros dias de vida.Os autores desta investigação,
cujos resultados foram publicados na revista científica
Proceedings of the National Academy of Sciences, recorreram a 18 recém-nascidos,
a quem apresentaram três excertos de músicas com a duração de 21 segundos.
O primeiro era uma melodia tocada em piano, o segundo era semelhante, mas
com algumas notas num tom mais alto. Já o último excerto era totalmente dissonante.
De acordo com os investigadores, este estudo poderá ser importante na medida
em que contribuiu para determinar se a percepção da música é inata ou resultado do
ambiente em que um bebê vive.
Enquanto ouviam as melodias, os bebês foram submetidos a ressonâncias
magnéticas que permitiram verificar quais as partes do cérebro que eram
ativadas durante o processamento das informações recebidas pela música.
Os investigadores constataram assim que em todos os casos, o hemisfério direito do
cérebro foi ativado, nomeadamente as mesmas zonas que são activadas durante a
apresentação de excertos musicais de músicas para adultos. Já quando ouviram
as músicas alteradas, a activação do hemisfério direito foi mais fraca, em prol de uma
zona do hemisfério esquerdo que foi ativada.
“Esses resultados mostram que o cérebro dos recém-nascidos apresenta capacidades
de percepção da música desde as primeiras horas após o nascimento”, consideram
os investigadores, acrescentando que “além disso, eles já estão aptos a reconhecer as
dissonâncias e as mudanças de tom”.
Fonte: Ciência Hoje
http://primeirainfancia.org.br/?p=7603
Ver também: Haptonomia:
http://rosangeleprado.blogspot.com/2010_09_01_archive.html